O Acordo entre TikTok e EUA Permanece Incerto Após Encontro entre Donald Trump e Xi Jinping
O recente encontro entre Donald Trump e Xi Jinping voltou a colocar o foco sobre o futuro da TikTok nos Estados Unidos. Apesar da cerimónia simbólica no Salão Oval, onde Trump proclamou ter “salvado” o aplicativo, a realidade é que o acordo entre a ByteDance e o governo norte-americano continua longe de uma conclusão definitiva.
As conversações têm sido marcadas por avanços públicos e recuos discretos, e, neste momento, a aprovação do governo chinês permanece o maior obstáculo.
✅ O que sabemos até agora
O secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou ter tido “conversas positivas” com autoridades chinesas e demonstrou otimismo quanto à finalização do acordo nas próximas semanas, segundo a Al Jazeera.
Contudo, a mesma fonte indicou que a mídia estatal chinesa evitou confirmar qualquer aprovação formal, afirmando apenas que “a China resolverá adequadamente as questões relacionadas com o TikTok”.
A análise do eMarketer reforça que o enquadramento legal e técnico do acordo continua incerto, apesar do tom de cooperação adoptado por ambas as partes.
⚠️ Por que a aprovação chinesa é crucial?
A ByteDance, empresa-mãe da TikTok, está sediada em Pequim — e qualquer transferência de controlo ou venda de activos que envolva tecnologia de algoritmos depende obrigatoriamente da autorização do Partido Comunista Chinês.
De acordo com a Reuters, sem essa aprovação, nenhuma transação pode ser formalmente concluída.
Além disso, questões comerciais paralelas — como as tarifas impostas pelos EUA a produtos chineses — continuam a pesar sobre as negociações. Analistas acreditam que Pequim poderá estar a usar o TikTok como carta de negociação, aguardando concessões americanas antes de autorizar qualquer avanço.
🔍 Os principais impasses
Cronograma e execução — Embora existam sinais de progresso, não foram divulgados detalhes concretos sobre valores, prazos ou estrutura acionista, segundo o eMarketer.
Controlo de dados e algoritmo — Uma das exigências de Washington é que o TikTok nos EUA opere sob uma estrutura independente, que garanta segurança nacional. A Financial Times noticiou que a China estaria disposta a licenciar partes da tecnologia, mas sem abrir mão total do algoritmo-base.
Tarifas e política comercial — A resolução de outras disputas comerciais poderá ser determinante para que o acordo avance.
Imagem pública e credibilidade — Tanto a TikTok como a administração Trump procuram apresentar o negócio como um símbolo de vitória política, o que aumenta a pressão mediática sobre o processo.
🔮 Impactos para marcas, criadores e utilizadores
Marcas e criadores nos EUA devem considerar cenários alternativos para os seus investimentos em marketing digital, caso ocorram restrições no uso da plataforma.
Utilizadores, sobretudo da geração Z, poderão enfrentar interrupções no acesso, levando à migração para plataformas concorrentes como o YouTube Shorts ou o Instagram Reels.
Empresas globais devem acompanhar o desfecho como um caso-teste de regulação internacional sobre plataformas digitais e soberania de dados.
🧭 Caminhos possíveis para a resolução
Os EUA podem reduzir tarifas sobre importações chinesas em troca de uma resposta favorável de Pequim.
A China pode condicionar a aprovação a concessões políticas mais amplas, incluindo temas como comércio agrícola e tecnologia.
O TikTok poderá operar sob um modelo híbrido, com gestão norte-americana e tecnologia parcialmente licenciada.
Caso não haja consenso, existe o risco de bloqueio ou suspensão da aplicação em território americano, cenário que já foi considerado por membros do Congresso.
Conclusão
O encontro entre Trump e Xi Jinping gerou expectativa, mas não clareza.
Aparentemente, as negociações avançam em múltiplas frentes, mas o destino do TikTok continua a depender de decisões estratégicas de ambos os governos.
Segundo o The Guardian, o acordo encontra-se “num ponto de equilíbrio entre diplomacia e política económica”, e o desfecho poderá influenciar o rumo da relação tecnológica sino-americana nos próximos anos.
Enquanto isso, marcas, criadores e investidores devem manter-se atentos — porque o que está em jogo não é apenas o futuro de uma aplicação, mas a definição de novas regras globais para o mercado digital.
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